Por Gustavo Alvarenga
Os contratos imobiliários firmados entre bancos e mutuários poderão ser indexados ao IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Mas, afinal, o que é IPCA e quais as implicações dessa nova modalidade de financiamento no bolso de quem deseja comprar a casa nova?
A Taxa Referencial (TR) data de 1990 e foi criada durante o governo Collor. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), serve como “termômetro” para medir a inflação do país, que é divulgado mensalmente e comparado sempre em relação ao mês e ano anteriores.
O objetivo do IPCA é medir a variação de preços de produtos no mercado ao consumidor final. Assim, quando o IPCA indica que a meta de inflação estipulada irá extrapolar, o governo pode adotar medidas para tentar controlar a inflação.
Mas agora é que vem a parte que interessa. No caso de financiamentos indexados à nova opção anunciada pela Caixa, os juros têm redução significativa e ficam entre 2,95% e 4,95% ao ano (+IPCA).
Na linha de crédito antiga, as taxas cobradas pela Caixa Econômica giram entre 8,30% e 9,95% (+TR) ao ano. Aqui está a principal diferença entre TR e IPCA portanto.
É a partir do IPCA, utilizado para medir a inflação dos preços, que a taxa básica de juros da economia (SELIC) é determinada. Com esses índices, o Estado pode medir o poder de compra dos brasileiros e, assim, determinar as taxas de juros.
Uma outra vantagem com esse tipo de indexação está no aumento e na abertura de novos financiamentos. Isto é, famílias que não poderiam fechar contratos, agora poderão. Aqueles grupos familiares que já podiam financiar passam a ter linhas de créditos imobiliários maiores.
Há a estimativa que essa nova modalidade seja adotada por outros bancos, estimulando, ademais, a competição. Com os juros mais baixos e fixos, contratos com essa modalidade permitem prestações mais baixas inicialmente.
Mas atenção, isso dependerá também do tempo de financiamento e do tipo de sistema de amortização escolhido pelo consumidor. Mas abordaremos esse assunto em um outro momento.
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Se por um lado as taxas de juros indexadas ao índice de Preços ao Consumidor Amplo diminuem e possibilitam financiamentos com maiores valores, seu grau de imprevisibilidade, a depender da flutuação econômica, pode ser determinante.
Segundo especialistas no assunto, o financiamento imobiliário pelo IPCA vale à pena quando o prazo para quitação das contas fica entre 10 e 15 anos. Considerando o Índice dos últimos 12 meses de 3,25%, e a taxa média de 3,75% para o público em geral, o total dos juros a serem pagos seria da ordem de 7% ao ano, ainda menor que a porcentagem anual ligada ao TR.
Em resumo, se a alta de preços disparar, as parcelas do financiamento também sobem. O risco, e a responsabilidade de pagamento, portanto, ficaria a cargo do consumidor. É justamente por esse motivo que as taxas indexadas ao IPCA são fixas e mais baixas.
Agora que você está familiarizado com o IPCA e TR e as implicações que esses dois índices têm sobre o seu bolso, assine a nossa News e fique por dentro de assuntos variados, mas sempre objetivos.
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